sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vivo e continuo vivendo.




"Eu vou pra Jacarepaguá". Alguém Gritava ao telefone a uns 15 metros de mim. "JA-CA-RE-PA-GUÁ". Gritava mais alto e pausadamente. "JA= J + A; CA= C + A; REPAGUA= RE+PA+GUA". "O que?". "Ahh!! Eu vou pra puta que me pariu!". E desliga o telefone.

"É triste, mas você conhece um cliente Vivo de longe". Pensei.

Quando comprei meu primeiro celular, era um claro pré-pago, nunca coloquei um real de crédito naquilo. Então mudei pra Oi. As tarifas eram caras demais, e meus créditos acabavam muito rápido. Então, pra poder falar mais tempo com a minha namorada, ela e eu mudamos pra Vivo. Só que ela mudou pra um plano que a deixa presa na Vivo por um ano em troca de um celular. Tudo bem, afinal tem bônus pra caramba. Eu colocava 18 reais e ganhava 300 de bônus. ESTOU RICO!

O grande problema é que a Vivo sofre com um problema chamado Efeito de sombra, o que quer dizer que se você estiver dentro de casa, em um elevador, em um prédio, embaixo de um toldo, embaixo de ponte ou até mesmo com aqueles chapéus de mexicano, o seu telefone vai picotar até você ficar puto e desligar. Ele não fica sem sinal como as outras operadores, ele deixa de funcionar quando você precisa falar ao telefone.

Graças a Vivo, hoje tenho trauma de falar ao telefone. Quando escuto meu telefone tocar, eu tenho tremiliques e desmaio. Ao passar por uma loja Vivo, minha namorada me segura pra eu não entrar e xingar alguém. Porque toda a vez que alguém me liga eu tenho que ir pro meio da rua, literalmente o meio, entre uma calçada e outra, ou subir três andares na minha casa e falar do terraço, no sol e em pé. Nem pense em abaixar porque picota.

Liguei pra Vivo pra reclamar. Por três vezes, a mulher me atende e não consegue me ouvir, então desliga na minha cara. O ouvido da mãe dela deve estar ardendo até hoje.

O slogan da vivo é: "VIVO - Pega onde nem uma outra pega". Acho que faltou o adendo: "Mas não pega em mais nenhum outro lugar". O foda é ter um celular que pega em Jequitinhona do Norte ou em Piraraquara de itanhaúba e não pega na minha casa e nenhum outro lugar que eu esteja.
 
Então, comprei um celular com JAVA 2.0, pra jogar um monte de jogos legais, Bluetooth 2.0, sensor de movimento, filma e tira fotos (como qualquer celular hoje). Toca todos os formatos de áudio conhecidos, vídeos em MP4 e 3GP, lê arquivos em DOC, DOCX, PDF, TXT, JPEG, PNG, BMP, entre outros formatos... Ele é touchscreen, reconhece minha caligrafia. Tem 8gb de memória, e possue uma agenda que me avisa todos os meus compromissos do ano. E até desligado funciona como um bom peso de papel apesar dos seus 89 gramas apenas. Entre outras funcionalidades, é um excelente aparelho.

Porque a Vivo é assim: Para todos, que não precisam falar ao telefone.

E mês que vem, eu sou cliente TIM e de um bom psicólogo.

Evoluindo...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Penso, logo, esqueço.


Ultimamente, eu tenho reclamado muito da minha memória, da ausência dela, mas foi com a ajuda dela que eu lembrei que esqueço as coisas há muito tempo.

Ter uma memória como a minha tem suas vantagens e desvantagens. Quando saio do cinema e alguém comenta alguma cena comigo, é provavél que, pra mim, aquela cena pareça nem ser daquele filme. Eu a esqueço completamente. No entanto, assisti a série do homem-aranha duas vezes com a mesma emoção da primeira, visto que a maioria dos episódios eram inéditos mesmo da segunda vez.


Coisas muito estranhas já aconteceram por causa disso. Por exemplo, há uns anos eu estava em uma festa, no palco uma companhia de dança se apresentava. Reconheci uma das dançarinas, Débora, ela havia estudado comigo anos atrás. Caminhando, encontrei uma garota que era super amiga dela na época, Priscila. Ela estava em uma roda de amigas. Eu sempre fui muito tímido, principalmente com mulheres em bando, mas ela veio falar comigo. E a conversa seguiu assim:

- "Putz, que coincidência, acabei de ver a Débora." Eu disse.

- "Débora? minha irmã". Ela disse com uma cara de espanto.

- "Ela é sua irmã? nem sabia. Por isso vocês eram tão grudadas." Afirmei, enquanto o semblante dela ficava mais confuso.

- "É, sim, ué. Mas como vão seus pais?". Ela pergunta.

[Enquanto isso na minha cabeça] "Uai, como essa garota conhece meus pais? Acho que ela está me confundindo com alguém. Melhor eu dar uma desculpa e sair."

- "Ficaram em casa, eles não curtem festas... Mas, Priscila, Eu vou indo nessa. Tem uma galera me esperando".

-"Como me chamou?". Todas as amigas dela acompanharam a expressão dela. E eu queria cavar e enfiar a cara em algum buraco, mas o chão era asfaltado.

-"Priscila?!". Respondi suando.

-"Flávia". Me corrigiu.

-"Não, não é." Eu achando que sabia mais que ela.

-"É, sim". Retrucou enquanto eu olhava a expressão das amigas quase morrendo rir.

[Pausa pros meus pensamentos de novo] Meu Deus! se o nome dela é Flávia, então ela passou um ano inteiro como Priscila e ninguém sabia que a Débora era irmã dela.

-"Nossa, Desculpa. Que cabeça a minha! Bom, vou indo"

No meio do caminho, lembrei que aquela era a Flávia que trabalhou por pouco mais de um ano no escritório de meus pais e que, por uma maldita coincidência, tinha uma irmã chamada Débora, que não era a do palco e se bobear nem estava na festa.

E em um outro caso...

Dias atrás, uma mulher bate no meu portão e diz: "Você entregou o meu documento pro seu pai?". E ao ver minha expressão de "hã?", ela ficou desesperada e disse: "Pelo amor de Deus, diga que entregou. Hoje é o último dia pra ele fazer o negócio pra mim." Eu nem lembrava da cara da mulher e muito menos do tal documento. Então eu a enrrolei. Mais tarde, perguntei ao meu pai e descobri que eu tinha entregue, mas não sei quando.

Lembrei dessas histórias porque a pouco mais de 2 horas, eu estava caminhando, olhei em uma loja e uma garota acenou pra mim como se nos conhecêssemos há anos. Eu ainda não sei quem era. Senti-me obrigado a responder o cumprimento e acenei de volta. Apertei o passo.

Outras histórias como a primeira aconteceram outras vezes, mas o post ficaria longo demais.

Eu já tenho boas teorias do porquê da minha memória ser tão ruim, que vão desde a minha alta ingestão de cafeína que começou na infância até câncer no cérebro, mas eu teria só 2 meses de vida e ainda não morri. Existem coisas que até hoje não sei se aconteceram ou se foram sonho. Tudo se mistura na minha memória.

E concluindo...

Sobre o que eu estava falando mesmo?